Acho que o gulos ali não era a velha, era o Tião.
Tião comia e se lambuzava. Tia dolinha falava:
- Sabe, eu faço doces para ganhar um direnheirinho e poder comprar as coisas de que preciso. Fazer doce é meu trabalho. E que trabalheira! Acordo cedinho e saio com umas sacolas imensas, compro frutas, ovos, açúcar. Passo o da inteiro junto deste fogão. De tarde, tenho que levar os doces à casas que encomendaram. As sacolas são tão pesadas, fico tão cansada! Mas, para mim, o pior é qie vou acabar engordando. Tenho que provar esses doces todos.
Tião Risonho, que estava adorando a goiabada, sorriu:
-Então a senhora está precisando de um provador.
Tia dolinha viu a cara risonha de Tião, aqueles dentes brancos, que até pareciam uma lua no meio do rosto.
- Está bem, você fica sendo meu provador.
- Sozinho eu não posso, que estou no colégio e não tenho muito tempo. Mas nós somos uma turma grande. Cada um vem um pouquinho.
- Então está combinado.
Tião foi correndo contar a novidade para a turma.
Os meninos vieram com ele conhecer Tia Dolinha. E até hoje eu não sei quem ficou mais satisfeito com esse encontro, se foi ela ou se foram eles.
Ana Maria Machado. Sverino faz chover e outras histórias.
terça-feira, 19 de maio de 2009
O provador de doces
Postado por miriam às 18:34
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